A primeira greve de jogadores na história do futebol brasileiro nunca esteve tão perto de acontecer.
Ontem, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, que é o
sindicato dos jogadores, enviou notificação a algumas entidades sobre a
chance da realização de uma paralisação dos atletas da Série A-1 do
Campeonato Paulista na rodada do próximo final de semana.
De acordo com a tabela, essa rodada terá jogos de sexta, dia 7, a terça, dia 11.
Foram notificados os 20 clubes da Série A-1 (a elite estadual), a
Federação Paulista de Futebol (FPF), o Tribunal de Justiça Desportiva de
São Paulo, além dos Ministérios Público do Trabalho e a promotoria
criminal.
No documento, o sindicato dos jogadores relata que o estopim para a
paralisação foi a invasão de torcedores corintianos ao CT do clube, no
final de semana, e que os atletas temem pela segurança nas próximas
rodadas.
Eles pedem segurança para os jogadores, mas também para todos os
funcionários dos clubes. Esperam receber uma resposta até amanhã.
A notificação, na avaliação do sindicato, é o documento capaz de
proteger os jogadores na Justiça caso a paralisação aconteça de fato, já
que não houve tempo para a realização de uma assembleia.
O aviso de greve foi enviado mais de 48 horas antes do início da
paralisação, como exige a lei. Mas o sindicato patronal dos clubes pode
acionar o Tribunal Regional do Trabalho e questionar a paralisação sem
ter acontecido a assembleia, outra exigência da lei.
"Faz 15 anos que tento greve, por vários motivos, entre eles segurança.
Depende agora da mobilização dos atletas", disse Rinaldo Martorelli,
presidente do sindicato.
O sindicato e o Bom Senso (movimento de jogadores criado em 2013 para
pedir mudanças no calendário nacional do futebol, entre outras
alterações) estão tentando contatar os jogadores das equipes do interior
para obter adesão total à paralisação.
"Os jogadores querem parar", disse o lateral Paulo César, hoje sem clube e um dos líderes do Bom Senso.
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