Era 30 de junho de 2002, Yokohama, no Japão. A Seleção Brasileira acabara de ser pentacampeã mundial. No hotel, um dos astros da companhia, Ronaldinho chama Junior Lopes e lembra da aventura um ano e meio antes. Com um sorriso no rosto, agradece e sussurra:
- Aquele Banguzinho me salvou... - disse o craque.
Pois no mesmo Rio de Janeiro em que encontrou o porto seguro para o momento mais difícil da carreira, Ronaldinho volta ao futebol brasileiro nesta quarta-feira, em grande estilo, diante do Nova Iguaçu, no Engenhão, com a camisa 10 do Flamengo.
Na chegada à Gávea, o craque encontrou Junior Lopes, hoje auxiliar de Vanderlei Luxemburgo, e responsável pela ideia de ter o craque no Rio em 2001. Junior era auxiliar do Bangu, clube que Ronaldinho escolheu para manter a forma por uns dias, enquanto estava em litígio com o Grêmio. Proibido pela Fifa até mesmo de treinar no francês Paris Saint-Germain, com o qual havia acertado contrato, Ronaldinho viu a carreira na Seleção sob risco.
No Bangu, manteve a forma e conseguiu ser convocado para a Seleção de Emerson Leão e da qual o coordenador era Antônio Lopes, pai de Junior. Os detalhes dos treinos de Ronaldinho foram passados, literalmente, de filho para pai. Um ano e meio depois, o craque era campeão mundial.
Às vésperas da estreia de Ronaldinho no Fla, Junior lembra dos tempos de Bangu e sorri.
- Humilde, ele fez sucesso com todos e já era um astro. O Bangu encheu nos treinamentos, todos queriam vê-lo. Depois, participou até de um churrasco de despedida e, em 2002, me agradeceu. Hoje ele é o que é - lembrou Junior Lopes.
De Bangu para o mundo. Do mundo para o Flamengo. Dez anos depois, R10 está salvo e de volta ao Rio. Nos braços de uma nação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário