Thiago e Felipe podem ser decisivos no próximo domingo (Foto: Richard Souza / Globoesporte.com) O sábado foi de Thiago. Vinte e seis anos, jogador do Boavista, rosto ainda pouco conhecido. O domingo foi de Felipe. Só um ano mais velho (completa nesta terça-feira), mas com uma passagem importante pelo Corinthians e uma experiência rápida em Portugal até chegar ao Flamengo, no fim do ano passado. Personagens das semifinais da Taça Guanabara, os goleiros se encontraram nesta segunda. Os assuntos: os pênaltis defendidos nas disputas contra Fluminense e Botafogo, respectivamente, e a final do próximo domingo.
Flamengo e Boavista vão jogar no Engenhão, às 16h (de Brasília). O Rubro-Negro é favorito, mas a equipe de Saquarema ganhou força ao eliminar o Flu.
- Dentro do nosso grupo sabemos que não somos zebra, acreditamos uns nos outros, sabemos do nosso potencial – disse Thiago.Na semifinal, ele defendeu as cobranças de Darío Conca e Rodriguinho .Diz que tem a serenidade como trunfo para surpreender os batedores.
- Sempre tive um bom retrospecto. No Avaí, na base, tive oportunidades de participar de disputas de pênalti. Tento me manter tranquilo para sair no momento certo. Lógico que às vezes arrisco um lado, mas tento esperar o máximo possível. É bem difícil ficar parado sobre a linha, saltar e chegar no pé da trave. Tento sempre dar um passo. Estudei alguns batedores, como o Conca, que costuma cobrar no meio, e acabei sendo feliz em duas cobranças. Não me apego ao aspecto psicológico.
Catarinense de Palhoça, Thiago começou no Avaí, aos 13 anos. Ficou por lá até os 22 e também jogou nos portugueses Belenenses e Feirense. É admirador do tetracampeão Taffarel, mas também gosta de estilos variados da posição.
- Tento tirar o melhor de cada goleiro. O Taffarel é um exemplo de calma, sobriedade, pegava pênaltis. Me inspiro também no Marcos, Rogério Ceni, Dida. Hoje em dia tem o Jefferson, o Felipe.
Felipe. Exemplo e adversário de Thiago. Na primeira vez em que foi posto à prova, o camisa 1 do Flamengo não decepcionou. As defesas dos pênaltis dos alvinegros Everton e Somália fizeram o jogador ganhar pontos com a torcida. O goleiro recebeu um DVD para assistir às cobranças de jogadores do Botafogo, mas preferiu seguir a intuição. Momentos antes da disputa, cobriu a cabeça com uma toalha e não largou o terço que ganhou da mãe. O “amuleto”, aliás, era colocado pouco depois da linha do gol.- Recebi o material do pessoal, mas pênalti é momento. Às vezes, o cara troca o lado. Com certeza o Jefferson estudou os jogadores do Flamengo. A semana toda falavam do Loco Abreu, que ele cobraria no meio (o uruguaio sequer cobrou na decisão). Até ligação de parente eu recebi. Era muita gente falando. Preferi ficar sob a toalha concentrado e fazendo minha oração com o terço.
Ao contrário de Jefferson, que optou por saltar sempre no mesmo lado, Felipe alternou as tentativas de defesa. Segundo ele, trata-se de uma coincidência.
- A decisão você toma na hora, sente o calor do jogo. Além de concentração, tem de ter sorte para acertar o canto. Na hora em que o Everton bateu, achei que ia escolher o canto esquerdo, mas mudei o lado na hora. É uma questão de segundos. Nem sempre dá certo.
Goleiros não querem pênaltis no domingoFelipe e Thiago estão prontos para uma nova decisão por pênaltis, mas esperam que a final se defina no tempo normal. Para o goleiro do Boavista, o time precisa manter o padrão de jogo se quiser surpreender novamente uma equipe grande.
- Não vamos mudar nossa maneira de jogar, somos um time rápido. Respeitamos o Flamengo, mas temos de tirar proveito disso. A principal lição do jogo da fase classificatória (vitória por 3 a 2 do Fla, em Macaé) é que não podemos dar bobeira contra time grande. Se tivermos uma chance, temos de marcar. É um jogo legal por conta da visibilidade, contra o time de maior torcida do Brasil. Temos de entrar concentrados e buscar o título.
Felipe prega respeito ao adversário e diz que que nada está ganho.
- Vai todo mundo falar que já está decidido, mas o Boavista derrotou o Fluminense, não chegou à final por acaso e é uma equipe forte.
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