"Fico triste". Essa foi a primeira frase de três ídolos do Bahia ao
saberem o estado em que se encontram os troféus da Taça Brasil de 1959 e
do Campeonato Brasileiro de 1988. Léo Briglia, Bobô e Zé Carlos
mostraram indignação quando receberam a notícia. Artilheiro do primeiro
título nacional com oito gols, Léo, 85 anos, quase não acreditou. Por
telefone, de Itabuna, onde reside, o ex-jogador ficou revoltado. "Isso
só pode ser coisa de algum doido, irresponsável. É algum maluco que não
sabe o que é o Bahia", reclama. Bobô, capitão do time da segunda
estrela, pareceu perplexo. O ex-camisa 8 mudou até o tom de voz. "Estou
abismado. É de doer. Isso representa a história do clube. O maior
orgulho do torcedor do Bahia é ter as duas estrelas no peito. Deixar o
troféu em um saco de lixo? Essa pessoa não respeita a grandeza do
Bahia", afirmou o ídolo e desafeto do ex-presidente Marcelo Guimarães
Filho, sem citar nome. "Estou assustado, mas espero que a nova diretoria
resolva isso. Os ídolos precisam ser respeitados. O Bahia precisa ser
respeitado". Outro destaque na conquista de 88, Zé Carlos destaca o
feito do Bahia. Segundo ele, algo que talvez nunca se repita. "A gente
vê a dificuldade que Bahia e Vitória enfrentam na Série A pra fugir do
rebaixamento. O Bahia conseguiu isso, como um clube nordestino, e as
pessoas não sabem qual adimensão, o que esse título significa".
Artilheiro do Esquadrão naquele campeonato, com nove gols, Zé Carlos vai
além. "É o título que segura o Bahia até hoje. O que foi construído
precisa ser valorizado. As pessoas precisam entender que elas passam,
mas o Bahia fica. A história continua". (Ibahia)
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