segunda-feira, 18 de julho de 2011

COM FRUSTRAÇÃO DO TAMANHO DO BEIRA-RIO, FALCÃO DEIXA O INTER

Foram dois momentos distintos na entrevista de despedida de Paulo Roberto Falcão do Inter. O ex-treinador dividiu bem as duas partes, mostrando-se emocionado por ter de deixar o seu clube de coração e magoado pelo modo como o presidente Giovanni Luigi agiu durante os três meses em que conviveram juntos.
Trajando um blazer preto e camisa social vermelha, o ex-jogador apareceu na sala de imprensa do Beira-Rio após ter se despedido do grupo de jogadores no vestiário. Antes de ser sabatinado sobre sua saída e disparar contra Luigi, Falcão fez um pronunciamento, agradecendo aos atletas, ao vice de futebol Roberto Siegmann (também demitido) e, principalmente, com o torcedor colorado, que sempre o apoiou.
Não foi possível conter as lágrimas. Diversas vezes Falcão levou a mão aos olhos, coçou a testa, mostrando-se incomodado com o momento.
A intenção era bater um recorde de permanência no clube em que brilhou com a camisa 5. O sonho esfarelou-se em 99 dias, passagem rápida, mas intensa. "O tamanho da frustração é maior do que o Beira-Rio. Pensava que seria um pouco diferente, mesmo sabendo que estava entrando contra a vontade de pessoas do clube. Não era aquela coisa de matar um leão por dia, era muito mais do que isso", confessou, relatando que internamente seu trabalho era contestado a todo momento.
Os atos de Falcão, suas escolhas, seus treinos, sua metodologia eram, na visão do treinador, analisados microscopicamente, sempre a procura de um erro, de uma brecha para contestar o trabalho.
Pensando em realizar um trabalho de longo prazo, o ex-volante se viu com pouco a fazer quando era cobrado por vitórias em cima de vitórias, mas sem os reforços prometidos tendo chegado.

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