Morreu, na manhã desta quinta-feira, (25), o ex-jogador de futebol Léo Briglia. Nascido em Itabuna, Léo Briglia, que iria completar 88 no próximo mês de agosto, estava internado e, infelizmente não resistiu.

Seu corpo está velado no Velório Santo Antônio, e o sepultamento irá ocorrer na manhã desta sexta-feira (26).

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Léo Briglia quando defendeu a Seleção Brasileira

Dados da Wikipédia:
Léo Briglia (Itabuna29 de agosto de 1928) é um ex-futebolista brasileiro. Destacou-se no Bahia na década de 1950, e foi o artilheiro da primeiro edição doCampeonato Brasileiro, em 1959.
Nesta edição, marcou gols em todas as partidas e foi um dos principais responsáveis pela conquista histórica do Esquadrão de Aço, primeiro campeão brasileiro.
O itabunense Léo Briglia, irreverente, boêmio e, acima de tudo, o craque que ganhou as páginas dos principais jornais e revistas do país, chegou a ser convocado para a Seleção. Mas problemas físicos o impediram e ele foi substituído pela maior estrela do futebol brasileiro, o rei Pelé.
Léo Briglia na Seleção Brasileira

O início

Léo foi “descoberto” quando atuava pela (Fube) - Federação Universitária Baiana de Esportes numa preliminar de Bahia e América em Salvador. Suas jogadas despertaram a atenção do técnico Grita, um Uruguaio, que o convidou para jogar no Rio. Sabendo que o pai não concordaria, ele saiu de casa às escondidas. “Minha família soube pelos jornais e revistas, quando eu já estava jogando no América”, conta.
No Rio, os treinos eram realizados no campo do Vasco. Ao observar a atuação do jogador, o técnico do Vasco, Flávio Costa, o convidou para o clube, só que, àquela altura, ele já havia assinado contrato com o América. Mas havia um problema: o pai de Léo teria que assinar o contrato. Prevendo a resistência, foi enviado um diretor importante politicamente, o Ministro do Trabalho, que foi a Salvador, onde a família tinha residência para os filhos estudarem. Porém, o pai do jogador, o coronel de cacau Francisco Briglia, não levou o poder político em consideração. “Ele rasgou o contrato e xingou o ministro, dizendo, você é descarado igual a Léo”, conta o ex-jogador.
Mas “arranjaram um jeitinho” pra Léo continuar no Rio. O vice-presidente do América era juiz de Direito e assinou o contrato se responsabilizando pelo jogador, que permaneceu no clube durante três anos, de 1947 a 1949. Neste último ano, aconteceu algo inesperado: o América veio jogar em Ilhéus. Léo se hospedou, junto com a equipe, no Ilhéus Hotel e decidiu visitar os familiares em Itabuna. Quando chegou, recebeu voz de prisão do irmão, Eudes Briglia, que era delegado, ao tempo em que ouvia o vozeirão de Chico Briglia, aos berros: “Você não vai voltar mais, seu moleque vagabundo!”.

Volta ao futebol baiano

O jeito foi ficar por aqui, jogando nos times de Itabuna contra os de fora, a exemplo de Bahia, Botafogo e Ipiranga. “Nós papávamos todos eles”, diz orgulhoso. Quando o futebol itabunense entrou em declínio, em 1953, ele foi para o Colo-Colo de Ilhéus. O “Tigre” foi campeão em 1953 e 1954 e Leo o artilheiro absoluto. Depois do Colo Colo, conseguiu um emprego de auditor fiscal em Salvador, através do Governador Juracy Magalhães, seu padrinho. Lá, foi recusado pelo Vitóriae enfrentou resistências para ser contratado pelo Bahia, por causa da fama de boêmio.

"Quase" campeão mundial

Em 1958, Leo Briglia foi convocado para a Seleção Brasileira, pelo técnico Vicente Feola. Mas foi cortado dezoito horas antes do embarque para a Suécia, porque seu ex-treinador do Fluminense havia declarado a um importante jornal da época, que o joelho do atleta estava lesado e seus dentes tinham muita cáries. Por isso, ficou definitivamente fora da Seleção. Foi substituído por Dida, do Flamengo. Em relação às cáries, vale lembrar que todos os seus dentes foram extraídos e, dias depois, substituídos por uma dentadura.
Sobre o corte na Seleção, Léo fala conformado que futebol tem dessas coisas e afirma que neste incidente houve um aspecto positivo, que foi a oportunidade dada àquele que se tornou a maior estrela do futebol brasileiro. "Se eu fosse para a Suécia, o Pelé não iria brilhar porque não teria a oportunidade de jogar, pois a posição era minha e não lha daria esta chance. Mas era pra ser Pelé e assim foi", diz Léo Briglia.

Léo no Bahia

Léo tentou jogar no Vitória, mas o dirigente rubro negro Ney Ferreira não aceitou, argumentando que ele estava velho, decadente e em fim de carreira. Com a negativa, o ex-jogador e técnico do Bahia, Geninho sugeriu sua contratação ao presidente do clube, Osório Vilas-Boas, que reagiu de forma semelhante, argumentando que “Léo bebe muito e é irresponsável”.
Geninho insistiu, assumindo um arriscado compromisso: “Contrate Léo que eu lhe dou a Taça Brasil de presente”.
Por ironia, foi no Bahia que viveu sua melhor fase como jogador de futebol. O clube foi para a final da Taça Brasil, numa melhor de três, contra o Santos. A primeira,em plena Vila Belmiro,o Bahia surpreendeu o Santos ao vencer por 3x2. No segundo confronto na Fonte Nova perdeu por 2x0. Mas venceu a partida decisiva em campo neutro, e sagrou-se o primeiro campeão da Taça Brasil, derrotando o time de Pelé por 3x1 na final no Maracanã. Leó, que havia marcado gols em todas as partidas, fez um golaço na decisiva e consagrou-se artilheiro do campeonato. No final do jogo, Osório Vilas-Boas foi parabenizá-lo, mas não conseguiu pronunciar nem uma palavra. As lágrimas falaram por ele.
Mas Leo, além de ser o primeiro artilheiro do Brasil, teve vários outros títulos conquistados. Entrou e colocou a Bahia numa das páginas de maior destaque do nosso futebol. Auditor Fiscal aposentado, pai de 16 filhos, resultado de 14 casamentos, Leo atualmente mora na Ponta da Tulha, em Ilhéus, onde ainda aprecia a boemia e recorda com felicidade a duradoura fase áurea da sua carreira.

Fama de boêmio


Das suas histórias envolvendo mulheres e bebidas, uma aconteceu no Fluminense do Rio. O time estava concentrado num hotel para o clássico contra o Vasco no dia seguinte. Ele não resistiu a um convite e fugiu para uma festa numa boate. De madrugada, apareceu o técnico Zezé Moreira e o levou para o hotel. Lá, às quatro da manhã, ouviu a sentença: “Enquanto eu estiver aqui, você não veste mais a camisa do Fluminense. Mas não vou dizer pra ninguém, por que lhe tirei do time”. Porém, um incidente levou o técnico a mudar os planos: um jogador se machucou e Leo foi convocado. Entrou, fez dois gols e o Fluminense venceu por 5X2.